Oi gente, aqui tem uma série de histórias e "causos" que acontecem comigo e com vários colegas.

A idéia é fazer rir e refletir! E contar de uma maneira bem-humorada, o dia a dia dos profissionais da imagem.

Quem quiser contribuir com mais histórias e informações pode mandar para meu e-mail (programadigital@gmail.com).

Divirtam-se, comentem, curtam e compartilhem!!!




quinta-feira, 17 de maio de 2012

Gentileza gera...

Gentileza? Pode ser... mas às vezes gera dor de cabeça.

Digo isso porque não podemos confundir gentileza com uma porta aberta ao abuso.

Quando alguém te recebe em sua casa e te diz "fique a vontade" não te dá o direito de tirar os sapatos, ficar sem camisa. É questão de bom senso, e cada um sabe a liberdade que tem com cada pessoa.

Inclusive essa liberdade pode também ser medida pela intimidade que se tem com o anfitrião.

Recentemente fiz a cobertura de um evento, em contra-partida da venda das fotos aos participantes. Quem já fez esse tipo de serviço sabe que dispende um investimento considerável na estrutura e profissionais envolvidos.

Pois bem, em determinado momento começamos a perceber a presença de pessoas munidas de equipamentos fotográficos profissionais. Fica complicado fazer uma abordagem direta e imediata justamente porque as pessoas não estão identificadas, e quando se trata de amadores hoje em dia "tudo é permitido" em nome da "gentileza". Logo percebemos que algumas das pessoas eram participantes do evento, inclusive os mesmos chegaram a comentar conosco que eram registros pessoais, deram até dicas de quem eram os convidados importantes, com os quais todo mundo gostaria de ter fotos (gentileza!).

Mas também haviam duas pessoas que eram da imprensa. Não se identificaram e notavelmente evitavam ficar próximo a nós. Esqueci de comentar que eu e minha equipe tinhamos exclusividade no evento.

Em nome da gentileza, e por parecer que estavam só fazendo uma cobertura do evento deixamos por isso mesmo. Até porque, com o evento em andamento fica bastante complicado criar uma situação tensa.

O que me deixa chateado é que esses dois profissionais da imprensa criaram para nós uma situação constrangedora, porque como eles ficaram "brincando de esconde-esconde" conosco, não vimos o que estavam fotografando. No dia seguinte fomos procurados por vários participantes para comprar fotos que nós não tinhamos, porque tinham sido feitas pelos profissionais da imprensa (juro que não sei de que veículo, senão falava aqui!). Além de termos perdido algumas vendas, o prejuízo maior foi que estes participantes não puderam ter suas fotos com os palestrantes internacionais, perdendo uma oportunidade única.

Aí eu pergunto, custava esses "profissionais" se identificarem? No dia seguinte tivemos a mesma situação, porém agimos de forma diferente, nos dirigimos ao profissional, que estava a serviço da casa onde ocorreu o evento. Fizemos uma rápida reunião e pedimos a "gentileza" de nos chamar quando fosse fotografar grupos de pessoas, assim não haveria o risco de não termos a foto.

Assim ficou todo mundo contente, nós vendemos nossas fotos, a casa teve seu registro, os
participantes saíram satisfeitos.

Lembrando que nos dois casos acima nós tinhamos em contrato o direito de proibir (barrar!) os profissionais que estivessem no evento.

Em nenhum momento me passou pela cabeça "barrá-los". Eu acredito que todo mundo estava ali para fazer seu trabalho. Mas para um trabalho não interfetir no outro deve existir algo chamado respeito.

Mesmo tendo sido prejudicado no primeiro dia, não abri mão da gentileza no segundo dia.

Ah! e tenho certeza que ganhei um amigo no segundo dia, porque mesmo que tenha parecido prepotente minha posição, ele entendeu e trabalhamos juntos numa boa.

"Só acho que é necessário haver cooperação e respeito sempre". (Andres Lovera)

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Se minha CANON falasse...

Ela não verbaliza, mas conta cada história!!!

Pena, ou ainda bem, que as pessoas não conseguem "ler" as fotos com a mesma clareza que o fotógrafo.

E me refiro justamente às coisas que procuramos não mostrar em uma foto social.

Em apenas alguns segundos de olhares atravessados e puxões pra cá, cutucões pra lá, conseguimos perceber por exemplo que fulana é a prima do noivo que o noivo pegou e que a noiva sabe e foi obrigada a convidar para o casamento. Esse tipo de foto tem um "time" único para ser feita, nem antes quando os olhares estão fuzilando uns aos outros, nem depois quando continuam fuzilando uns aos  outros. E tem os primos também.

E aqueles momentos em que os noivos esquecem que o fotógrafo também tem ouvidos, e começam a primeira D.R. de casados:

- Tá vendo, convidou teu chefe achando que ele ia dar uma geladeira de presente e viu só o que ele deu?

Aí chega a hora da foto... anteção, todo mundo sorrindo, e a noiva pra arrematar:

- O Senhor acertou hein! A gente não tinha porta copos ainda.

Mais comum em festas de quinze anos, são as brigas entre convidados. Isso ocorre porque geralmente algumas adolescentes insistem em querer que as "inimigas" presenciem ao vivo e a cores o acontecimento do ano.

Eu já consegui evitar alguns problemas porque costumo ficar monitorando o "sagrado" painel de assinaturas, onde alguns espíritos de porco tentam deixar sua marca desagradável. Mas infelizmente só comecei a fazer isso depois que presenciei uma briga de tapas entre duas convidadas e a irmã da debutante, depois que as "engraçadinhas" fizeram chifrinhos e pintaram de preto os dentes da aniversariante.

Festa de adolescente é tiro e queda. Em meia hora você sabe quem é amiga de verdade, quem gosta de quem, quem vai arrumar confusão e quem está ali só para comer.

E tem aqueles convidados que não querem aparecer na foto.

Sobre isso lembrei do relato de um colega fotógrafo que disse que ficou a caça de um convidado para tirar uma foto que o noivo pediu. Na terceira vez que ele chamou o rapaz para tirar uma foto o mal educado falou: "meu amigo, se toca, eu não gosto de fotografia, não vou sair  nessa porr..."

Aí esse meu colega olhou bem sério para o cidadão e disse: "Olha, grosseria por grosseria eu também sei ser grosso, então coloca um sorriso nessa cara e vai lá tirar uma foto com teu "amigo", porque tu tá aqui bebendo e comendo de graça, e a única coisa que teu amigo quer é uma recordação de que você esteve aqui.

Super Sincero! (Luis Fernando Guimarães)

terça-feira, 1 de maio de 2012

Espetacularização da Babaquice

Estava lendo a "Carta aberta de Wagner Moura" sobre a bestificação dos programas de "humor", que voltou a tona semana passada e lembrei de um episódio curioso no meu trabalho.

Tive a oportunidade de trabalhar "com e para" grandes visionários do mundo dos negócios, e certa vez um deles me ofereceu uma oportunidade de abrir um novo nicho, o "Mercado dos Funerais". Isso mesmo, funerais!

A idéia era visitar as capelas mortuárias e cemitérios e fazer reportagem dos enterros. Fotografar os amigos e familiares do falecido, bem como as coroas de flores e principalmente o próprio "dono da festa".

Confesso que tenho convicção de que seria um trabalho rentável, visto que o interesse mórbido das pessoas em certos assuntos é notório.

Porém, por outro lado, eu creio que certas coisas devem ser preservadas. O sofrimento que envolve esse momento não pode ser banalisado.

Sei que alguem precisa fazer o "serviço sujo", mas há serviços como este que simplesmente não precisam ser feitos. Acredito que não fará bem a ninguem esse trabalho.

Então voltando à "Carta aberta de Wagner Moura", concordo com ele, aonde vamos chegar assim?

Ele cita inclusive o trabalho de paparazzis, foi onde me lembrei da história dos funerais. Vamos ter bom senso, vamos ter coerência, vamos pensar nas consequencias de nosso trabalho e que bem isso faz ao mundo?

Onde fica nosso escrúpulo? Nem tudo é dinheiro nessa vida.

"Tinham pais esses paparazzi que mataram a princesa Diana?"  (Wagner Moura)

<< Confira a Carta Aberta de Wagner Moura na íntegra >>