Oi gente, aqui tem uma série de histórias e "causos" que acontecem comigo e com vários colegas.

A idéia é fazer rir e refletir! E contar de uma maneira bem-humorada, o dia a dia dos profissionais da imagem.

Quem quiser contribuir com mais histórias e informações pode mandar para meu e-mail (programadigital@gmail.com).

Divirtam-se, comentem, curtam e compartilhem!!!




terça-feira, 12 de março de 2013

Tempos de Reflexão


Penne a la Kodacrome • "Chef Andres Lovera"
É cada vez mais comum entre os colegas fotógrafos a discussão da banalização de nossa profissão.

Mas se pararmos para refletir, estamos sendo vítimas de nosso próprio veneno.

Principalmente porque fotógrafos sempre se aventuraram em outras áreas sem muita preocupação com os profissionais das mesmas.

Eu mesmo sou Fotógrafo, Designer, Músico, Cozinheiro, Marceneiro, Artista Plástico, dentre outras "habilidades" mais.

Fotógrafo-Músico-Cozinheiro é o Kit padrão... Difícil encontar um que não seja, ou que não pense que seja!

Acredito que a questão do assunto é saber o limíte entre o hobby e a profissionalização.

E isso é o que tem incomodado os fotógrafos, porque por mais que nos aventuremos por outras áreas, você não vai ver um fotógrafo criando um site ou perfil nas redes sociais como "Cheff Fulano", com logomarca e oferecendo serviços de bistrô, gourmet, etc...

Se perdeu totalmente o respeito conosco. Resumiu-se uma profissão a um kit básico de equipamento e um portifólio caseiro de fotos "bonitinhas".

A maioria de nós começou com um Kit Básico e um portifólio de fotos caseiras "bonitinhas". Mas eu disse "começou"! Foi o princípio, e até passar a  oferecer seviços profissionais, ralamos por uma especialização puxada.

Cursos, Workshops, Palestras, Livros, Revistas, Videos... no mínimo isso.

Acho a internet válida, é a ferramenta da atualidade, mas temos que ser bem mais críticos conosco.

Espero que a seleção natural cuide de dar ânimo aos "velhos de guerra", sabedoria aos "novatos" e discernimento aos "clientes".

De médico e louco, todo mundo tem um pouco! (autor desconhecido)

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Respeito é bom para todos !!!

Oi gente, estou faz um tempo sem escrever para o blog, mas continuo com muita coisa para falar. Só que às vezes é melhor calar para não falar bobagem. Aliás, CALAR é um bom "exercício" para quem não tem o que acrescentar.

Ultimamente só me vinham à cabeça situações muito pesadas do dia a dia de fotógrafo, e hoje passei por aqui para falar de respeito.

A gente brinca com algumas situações, mas é obrigado a escutar algumas coisas que com o tempo vão chateando.

E lembrando de algumas coisas, percebo que isso acontece com outros profissionais também, designers, cinegrafistas, DJ's etc...

Em primeiro lugar, quando você contrata um fotógrafo deveria fazê-lo com um mínimo de critério, para evitar certas situações.

Faça um "exercício" simples: imagine um profissional que você considera de muita importância, como um "Médico" por exemplo (mas cada um escolha o que achar mais relevante).

Você costuma perguntar ao médico qual a marca do algodão que ele usa, ou que modelo de estetoscópio ele tem?

Então porque o fotógrafo tem que ficar escutando perguntas técnicas que a pessoa nem sequer entendem as respostas ?

Continuando com o "Médico", quem é que costuma falar a ele "Doutor, escuta meu coração de novo PRA GARANTIR"!

Eu estou falando de respeito, porque quando respeitamos um profissional confiamos que ele esteja qualificado para o assunto.

Claro que quando há dúvidas procuramos uma segunda opinião. Mas uma segunda opinião! Não ficamos "pentelhando" o mesmo médico falando "eu vi na internet Doutor, isso ou aquilo".

Então estou lançando um desafio, FALE AO SEU MÉDICO:

- Doutor, esse valor aqui da consulta já inclui a cirurgia?

- Eu pago quando o senhor me entregar os exames, se o resultado for bom, pode ser?

- O Senhor pode fazer pela metade do preço? Porque eu tenho uma sobrinha que quer ser médica, mas eu prefiro fazer com o senhor.

- Alô ? Ah Doutor é o senhor! esqueci de avisar, não vou mais fazer essa cirurgia HOJE não, sabe aquela minha sobrinha...

- Doutor, o senhor já olhou meu ouvido ?... mas dá uma olhada de novo, tenta vários ângulos para poder escolher depois.


- Ah! ficou ótimo Doutor, esse seu bisturi é bom mesmo.

  Tolerância ZERO! (Sr. Saraiva)

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Dica de Ouro

Eu tenho um histórico profissional um pouco diferente da maioria dos meus colegas.

Ingressei na área pela porta lateral, trabalhando primeiro em laboratório fotográfico, com tratamento de imagens, grandes formatos e serviços digitais.

Por isso me tornei uma grande referência para os demais profissionais, tendo as respostas e soluções quando do surgimento da fotografia digital.

Comecei a estudar e utilizar a fotografia convencional (filme) quando já dominava a fotografia digital.

Acompanhei muitas histórias diferentes de profissionais ingressando na fotografia digital. Histórias e experiências que me pouparam tempo e me ensinaram muito. Literalmente aprendi com os erros dos outros. Aí tive tranquilidade para cometer meus próprios erros! hehehe

Descobri então na fotografia uma excelente oportunidade de trabalho e hoje me dedico integralmente à profissão.

A "Dica de Ouro" então é a seguinte:

Estabeleça um preço para seu tempo. É seu tempo que você vende. Não é papel, não é arquivo digital, não é clique!

Consequentemente você terá o preço do papel, o preço do arquivo ou do "clique" se souber quanto vale o seu minuto de trabalho.

Vou dar um exemplo bem básico.

Quando você é chamado para fotografar o que for que seja, pense no tempo demandado desde o primeiro passo até o último.

Toca o telefone e te chamam para fotografar uma fachada. Só uma foto em CD:

30 minutos para chegar ao local
15 minutos para obter o "clique" (que nunca é um só né!)
30 minutos para voltar para casa
15 minutos para baixar e dar um "Photoshop" na imagem
 5 minutos para gravar em CD
30 minutos para voltar ao cliente
15 minutos para mostrar a foto e cobrar pelo serviço
30 minutos para voltar para casa


Brincando, brincando lá se foram quase 3 horas, se o transito colaborar, distância e etc...

Ou seja, um "clique" te levou 3 horas de seu dia!!! (com sorte)

E quando eu digo que é "seu tempo que você vende", quero falar que ele (o tempo) terá o valor que você der a ele. Esse valor vai depender do que seu tempo é constituído, experiência, estudo, especializações, cursos e até a estrutura que você dispõe para ter esse tempo.

Eu às vezes encurto meu tempo "economizando" algumas etapas, levo meu notebook para editar no cliente, assim não gasto tempo no transito, mas não posso ignorar que levar esse equipamento tem um preço também.

É aí que eu vejo a grande falha de composição de orçamentos. Meus colegas deixam de cobrar pela estrutura, equipamentos e serviços que estão oferecendo.

Quando um cliente me pede um desconto eu não faço desconto, primeiro negocio um diferencial. Caso o diferencial não interesse e ele precise baixar o valor, eu negocio diminuir meu tempo de trabalho.

Em um primeiro momento, em relação à eventos eu não estabeleço tempo mínimo  de  permanência. Quer desconto? Fico só 3 horas.

Meu trabalho é entregue em CD em 24 horas. Quer desconto? Pega semana que vem,
aí eu tenho como fazer em tempo livre.

E assim vai...

"CDs e Papel hoje você compra em todo lado, supermercados, papelarias, lojas de
fotos, de informática! Seu tempo só você tem para vender! Qual é o seu relógio?"

Andres Lovera

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Gentileza gera...

Gentileza? Pode ser... mas às vezes gera dor de cabeça.

Digo isso porque não podemos confundir gentileza com uma porta aberta ao abuso.

Quando alguém te recebe em sua casa e te diz "fique a vontade" não te dá o direito de tirar os sapatos, ficar sem camisa. É questão de bom senso, e cada um sabe a liberdade que tem com cada pessoa.

Inclusive essa liberdade pode também ser medida pela intimidade que se tem com o anfitrião.

Recentemente fiz a cobertura de um evento, em contra-partida da venda das fotos aos participantes. Quem já fez esse tipo de serviço sabe que dispende um investimento considerável na estrutura e profissionais envolvidos.

Pois bem, em determinado momento começamos a perceber a presença de pessoas munidas de equipamentos fotográficos profissionais. Fica complicado fazer uma abordagem direta e imediata justamente porque as pessoas não estão identificadas, e quando se trata de amadores hoje em dia "tudo é permitido" em nome da "gentileza". Logo percebemos que algumas das pessoas eram participantes do evento, inclusive os mesmos chegaram a comentar conosco que eram registros pessoais, deram até dicas de quem eram os convidados importantes, com os quais todo mundo gostaria de ter fotos (gentileza!).

Mas também haviam duas pessoas que eram da imprensa. Não se identificaram e notavelmente evitavam ficar próximo a nós. Esqueci de comentar que eu e minha equipe tinhamos exclusividade no evento.

Em nome da gentileza, e por parecer que estavam só fazendo uma cobertura do evento deixamos por isso mesmo. Até porque, com o evento em andamento fica bastante complicado criar uma situação tensa.

O que me deixa chateado é que esses dois profissionais da imprensa criaram para nós uma situação constrangedora, porque como eles ficaram "brincando de esconde-esconde" conosco, não vimos o que estavam fotografando. No dia seguinte fomos procurados por vários participantes para comprar fotos que nós não tinhamos, porque tinham sido feitas pelos profissionais da imprensa (juro que não sei de que veículo, senão falava aqui!). Além de termos perdido algumas vendas, o prejuízo maior foi que estes participantes não puderam ter suas fotos com os palestrantes internacionais, perdendo uma oportunidade única.

Aí eu pergunto, custava esses "profissionais" se identificarem? No dia seguinte tivemos a mesma situação, porém agimos de forma diferente, nos dirigimos ao profissional, que estava a serviço da casa onde ocorreu o evento. Fizemos uma rápida reunião e pedimos a "gentileza" de nos chamar quando fosse fotografar grupos de pessoas, assim não haveria o risco de não termos a foto.

Assim ficou todo mundo contente, nós vendemos nossas fotos, a casa teve seu registro, os
participantes saíram satisfeitos.

Lembrando que nos dois casos acima nós tinhamos em contrato o direito de proibir (barrar!) os profissionais que estivessem no evento.

Em nenhum momento me passou pela cabeça "barrá-los". Eu acredito que todo mundo estava ali para fazer seu trabalho. Mas para um trabalho não interfetir no outro deve existir algo chamado respeito.

Mesmo tendo sido prejudicado no primeiro dia, não abri mão da gentileza no segundo dia.

Ah! e tenho certeza que ganhei um amigo no segundo dia, porque mesmo que tenha parecido prepotente minha posição, ele entendeu e trabalhamos juntos numa boa.

"Só acho que é necessário haver cooperação e respeito sempre". (Andres Lovera)

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Se minha CANON falasse...

Ela não verbaliza, mas conta cada história!!!

Pena, ou ainda bem, que as pessoas não conseguem "ler" as fotos com a mesma clareza que o fotógrafo.

E me refiro justamente às coisas que procuramos não mostrar em uma foto social.

Em apenas alguns segundos de olhares atravessados e puxões pra cá, cutucões pra lá, conseguimos perceber por exemplo que fulana é a prima do noivo que o noivo pegou e que a noiva sabe e foi obrigada a convidar para o casamento. Esse tipo de foto tem um "time" único para ser feita, nem antes quando os olhares estão fuzilando uns aos outros, nem depois quando continuam fuzilando uns aos  outros. E tem os primos também.

E aqueles momentos em que os noivos esquecem que o fotógrafo também tem ouvidos, e começam a primeira D.R. de casados:

- Tá vendo, convidou teu chefe achando que ele ia dar uma geladeira de presente e viu só o que ele deu?

Aí chega a hora da foto... anteção, todo mundo sorrindo, e a noiva pra arrematar:

- O Senhor acertou hein! A gente não tinha porta copos ainda.

Mais comum em festas de quinze anos, são as brigas entre convidados. Isso ocorre porque geralmente algumas adolescentes insistem em querer que as "inimigas" presenciem ao vivo e a cores o acontecimento do ano.

Eu já consegui evitar alguns problemas porque costumo ficar monitorando o "sagrado" painel de assinaturas, onde alguns espíritos de porco tentam deixar sua marca desagradável. Mas infelizmente só comecei a fazer isso depois que presenciei uma briga de tapas entre duas convidadas e a irmã da debutante, depois que as "engraçadinhas" fizeram chifrinhos e pintaram de preto os dentes da aniversariante.

Festa de adolescente é tiro e queda. Em meia hora você sabe quem é amiga de verdade, quem gosta de quem, quem vai arrumar confusão e quem está ali só para comer.

E tem aqueles convidados que não querem aparecer na foto.

Sobre isso lembrei do relato de um colega fotógrafo que disse que ficou a caça de um convidado para tirar uma foto que o noivo pediu. Na terceira vez que ele chamou o rapaz para tirar uma foto o mal educado falou: "meu amigo, se toca, eu não gosto de fotografia, não vou sair  nessa porr..."

Aí esse meu colega olhou bem sério para o cidadão e disse: "Olha, grosseria por grosseria eu também sei ser grosso, então coloca um sorriso nessa cara e vai lá tirar uma foto com teu "amigo", porque tu tá aqui bebendo e comendo de graça, e a única coisa que teu amigo quer é uma recordação de que você esteve aqui.

Super Sincero! (Luis Fernando Guimarães)

terça-feira, 1 de maio de 2012

Espetacularização da Babaquice

Estava lendo a "Carta aberta de Wagner Moura" sobre a bestificação dos programas de "humor", que voltou a tona semana passada e lembrei de um episódio curioso no meu trabalho.

Tive a oportunidade de trabalhar "com e para" grandes visionários do mundo dos negócios, e certa vez um deles me ofereceu uma oportunidade de abrir um novo nicho, o "Mercado dos Funerais". Isso mesmo, funerais!

A idéia era visitar as capelas mortuárias e cemitérios e fazer reportagem dos enterros. Fotografar os amigos e familiares do falecido, bem como as coroas de flores e principalmente o próprio "dono da festa".

Confesso que tenho convicção de que seria um trabalho rentável, visto que o interesse mórbido das pessoas em certos assuntos é notório.

Porém, por outro lado, eu creio que certas coisas devem ser preservadas. O sofrimento que envolve esse momento não pode ser banalisado.

Sei que alguem precisa fazer o "serviço sujo", mas há serviços como este que simplesmente não precisam ser feitos. Acredito que não fará bem a ninguem esse trabalho.

Então voltando à "Carta aberta de Wagner Moura", concordo com ele, aonde vamos chegar assim?

Ele cita inclusive o trabalho de paparazzis, foi onde me lembrei da história dos funerais. Vamos ter bom senso, vamos ter coerência, vamos pensar nas consequencias de nosso trabalho e que bem isso faz ao mundo?

Onde fica nosso escrúpulo? Nem tudo é dinheiro nessa vida.

"Tinham pais esses paparazzi que mataram a princesa Diana?"  (Wagner Moura)

<< Confira a Carta Aberta de Wagner Moura na íntegra >>

terça-feira, 24 de abril de 2012

Pra não dizer que não falei das flores...

Hoje vou falar das coisas boas da profissão de fotógrafo, das razões que nos fazem querer seguir em frente.

Converso com vários colegas e alguns se mostram preocupados com esse modismo que é "ser fotógrafo". Parece que vem a Fada do Diafragma e abençoa a criatura que de um dia para o outro diz "agora eu sou fotógrafo".

Claro que isso incomoda bastante, porque é difícil para o cliente perceber que não está diante de um profissional.

Mas como sempre digo, só os fortes sobreviverão.

E quando falo "Fortes" me refiro aos que amam o que fazem, que sabem o que fazem e porque o fazem.

Uma das coisas que me emociona muito é perceber o ciclo que vamos percorrendo principalmente na fotografia social.

O casamnento, a gravidez, o primeiro aninho, a comununhão, 15 anos, formatura e outros casamentos, bodas...

Claro que nem sempre o ciclo vem nessa ordem, mas é muito gratificante ser ainda "O Fotógrafo da Família".

Ou então quando a gente participa dos primeiros passos de uma empresa, onde tudo são sonhos e expectativas. Aí depois de alguns anos você vê tudo concretizado, e as dificuldades do começo acabam sendo motivo de risos.

São esses alguns motivos que me fazem acreditar que vale a pena continuar registrando e documentando a história de várias maneiras, estando no lugar certo na hora certa, no ângulo certo e na luz perfeita, ou todo esticado no lugar errado na pior hora, de ponta cabeça, "puxando no ISO" por falta de luz, enfim a melhor foto.
E é por saber da responsabilidade que cada clik representa, que procuro fazer com seriedade e respeito meu trabalho.


"Um viva aos nossos Heróis" (Pedro Bial)