Oi gente, aqui tem uma série de histórias e "causos" que acontecem comigo e com vários colegas.

A idéia é fazer rir e refletir! E contar de uma maneira bem-humorada, o dia a dia dos profissionais da imagem.

Quem quiser contribuir com mais histórias e informações pode mandar para meu e-mail (programadigital@gmail.com).

Divirtam-se, comentem, curtam e compartilhem!!!




segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Respeito é bom para todos !!!

Oi gente, estou faz um tempo sem escrever para o blog, mas continuo com muita coisa para falar. Só que às vezes é melhor calar para não falar bobagem. Aliás, CALAR é um bom "exercício" para quem não tem o que acrescentar.

Ultimamente só me vinham à cabeça situações muito pesadas do dia a dia de fotógrafo, e hoje passei por aqui para falar de respeito.

A gente brinca com algumas situações, mas é obrigado a escutar algumas coisas que com o tempo vão chateando.

E lembrando de algumas coisas, percebo que isso acontece com outros profissionais também, designers, cinegrafistas, DJ's etc...

Em primeiro lugar, quando você contrata um fotógrafo deveria fazê-lo com um mínimo de critério, para evitar certas situações.

Faça um "exercício" simples: imagine um profissional que você considera de muita importância, como um "Médico" por exemplo (mas cada um escolha o que achar mais relevante).

Você costuma perguntar ao médico qual a marca do algodão que ele usa, ou que modelo de estetoscópio ele tem?

Então porque o fotógrafo tem que ficar escutando perguntas técnicas que a pessoa nem sequer entendem as respostas ?

Continuando com o "Médico", quem é que costuma falar a ele "Doutor, escuta meu coração de novo PRA GARANTIR"!

Eu estou falando de respeito, porque quando respeitamos um profissional confiamos que ele esteja qualificado para o assunto.

Claro que quando há dúvidas procuramos uma segunda opinião. Mas uma segunda opinião! Não ficamos "pentelhando" o mesmo médico falando "eu vi na internet Doutor, isso ou aquilo".

Então estou lançando um desafio, FALE AO SEU MÉDICO:

- Doutor, esse valor aqui da consulta já inclui a cirurgia?

- Eu pago quando o senhor me entregar os exames, se o resultado for bom, pode ser?

- O Senhor pode fazer pela metade do preço? Porque eu tenho uma sobrinha que quer ser médica, mas eu prefiro fazer com o senhor.

- Alô ? Ah Doutor é o senhor! esqueci de avisar, não vou mais fazer essa cirurgia HOJE não, sabe aquela minha sobrinha...

- Doutor, o senhor já olhou meu ouvido ?... mas dá uma olhada de novo, tenta vários ângulos para poder escolher depois.


- Ah! ficou ótimo Doutor, esse seu bisturi é bom mesmo.

  Tolerância ZERO! (Sr. Saraiva)

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Dica de Ouro

Eu tenho um histórico profissional um pouco diferente da maioria dos meus colegas.

Ingressei na área pela porta lateral, trabalhando primeiro em laboratório fotográfico, com tratamento de imagens, grandes formatos e serviços digitais.

Por isso me tornei uma grande referência para os demais profissionais, tendo as respostas e soluções quando do surgimento da fotografia digital.

Comecei a estudar e utilizar a fotografia convencional (filme) quando já dominava a fotografia digital.

Acompanhei muitas histórias diferentes de profissionais ingressando na fotografia digital. Histórias e experiências que me pouparam tempo e me ensinaram muito. Literalmente aprendi com os erros dos outros. Aí tive tranquilidade para cometer meus próprios erros! hehehe

Descobri então na fotografia uma excelente oportunidade de trabalho e hoje me dedico integralmente à profissão.

A "Dica de Ouro" então é a seguinte:

Estabeleça um preço para seu tempo. É seu tempo que você vende. Não é papel, não é arquivo digital, não é clique!

Consequentemente você terá o preço do papel, o preço do arquivo ou do "clique" se souber quanto vale o seu minuto de trabalho.

Vou dar um exemplo bem básico.

Quando você é chamado para fotografar o que for que seja, pense no tempo demandado desde o primeiro passo até o último.

Toca o telefone e te chamam para fotografar uma fachada. Só uma foto em CD:

30 minutos para chegar ao local
15 minutos para obter o "clique" (que nunca é um só né!)
30 minutos para voltar para casa
15 minutos para baixar e dar um "Photoshop" na imagem
 5 minutos para gravar em CD
30 minutos para voltar ao cliente
15 minutos para mostrar a foto e cobrar pelo serviço
30 minutos para voltar para casa


Brincando, brincando lá se foram quase 3 horas, se o transito colaborar, distância e etc...

Ou seja, um "clique" te levou 3 horas de seu dia!!! (com sorte)

E quando eu digo que é "seu tempo que você vende", quero falar que ele (o tempo) terá o valor que você der a ele. Esse valor vai depender do que seu tempo é constituído, experiência, estudo, especializações, cursos e até a estrutura que você dispõe para ter esse tempo.

Eu às vezes encurto meu tempo "economizando" algumas etapas, levo meu notebook para editar no cliente, assim não gasto tempo no transito, mas não posso ignorar que levar esse equipamento tem um preço também.

É aí que eu vejo a grande falha de composição de orçamentos. Meus colegas deixam de cobrar pela estrutura, equipamentos e serviços que estão oferecendo.

Quando um cliente me pede um desconto eu não faço desconto, primeiro negocio um diferencial. Caso o diferencial não interesse e ele precise baixar o valor, eu negocio diminuir meu tempo de trabalho.

Em um primeiro momento, em relação à eventos eu não estabeleço tempo mínimo  de  permanência. Quer desconto? Fico só 3 horas.

Meu trabalho é entregue em CD em 24 horas. Quer desconto? Pega semana que vem,
aí eu tenho como fazer em tempo livre.

E assim vai...

"CDs e Papel hoje você compra em todo lado, supermercados, papelarias, lojas de
fotos, de informática! Seu tempo só você tem para vender! Qual é o seu relógio?"

Andres Lovera

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Gentileza gera...

Gentileza? Pode ser... mas às vezes gera dor de cabeça.

Digo isso porque não podemos confundir gentileza com uma porta aberta ao abuso.

Quando alguém te recebe em sua casa e te diz "fique a vontade" não te dá o direito de tirar os sapatos, ficar sem camisa. É questão de bom senso, e cada um sabe a liberdade que tem com cada pessoa.

Inclusive essa liberdade pode também ser medida pela intimidade que se tem com o anfitrião.

Recentemente fiz a cobertura de um evento, em contra-partida da venda das fotos aos participantes. Quem já fez esse tipo de serviço sabe que dispende um investimento considerável na estrutura e profissionais envolvidos.

Pois bem, em determinado momento começamos a perceber a presença de pessoas munidas de equipamentos fotográficos profissionais. Fica complicado fazer uma abordagem direta e imediata justamente porque as pessoas não estão identificadas, e quando se trata de amadores hoje em dia "tudo é permitido" em nome da "gentileza". Logo percebemos que algumas das pessoas eram participantes do evento, inclusive os mesmos chegaram a comentar conosco que eram registros pessoais, deram até dicas de quem eram os convidados importantes, com os quais todo mundo gostaria de ter fotos (gentileza!).

Mas também haviam duas pessoas que eram da imprensa. Não se identificaram e notavelmente evitavam ficar próximo a nós. Esqueci de comentar que eu e minha equipe tinhamos exclusividade no evento.

Em nome da gentileza, e por parecer que estavam só fazendo uma cobertura do evento deixamos por isso mesmo. Até porque, com o evento em andamento fica bastante complicado criar uma situação tensa.

O que me deixa chateado é que esses dois profissionais da imprensa criaram para nós uma situação constrangedora, porque como eles ficaram "brincando de esconde-esconde" conosco, não vimos o que estavam fotografando. No dia seguinte fomos procurados por vários participantes para comprar fotos que nós não tinhamos, porque tinham sido feitas pelos profissionais da imprensa (juro que não sei de que veículo, senão falava aqui!). Além de termos perdido algumas vendas, o prejuízo maior foi que estes participantes não puderam ter suas fotos com os palestrantes internacionais, perdendo uma oportunidade única.

Aí eu pergunto, custava esses "profissionais" se identificarem? No dia seguinte tivemos a mesma situação, porém agimos de forma diferente, nos dirigimos ao profissional, que estava a serviço da casa onde ocorreu o evento. Fizemos uma rápida reunião e pedimos a "gentileza" de nos chamar quando fosse fotografar grupos de pessoas, assim não haveria o risco de não termos a foto.

Assim ficou todo mundo contente, nós vendemos nossas fotos, a casa teve seu registro, os
participantes saíram satisfeitos.

Lembrando que nos dois casos acima nós tinhamos em contrato o direito de proibir (barrar!) os profissionais que estivessem no evento.

Em nenhum momento me passou pela cabeça "barrá-los". Eu acredito que todo mundo estava ali para fazer seu trabalho. Mas para um trabalho não interfetir no outro deve existir algo chamado respeito.

Mesmo tendo sido prejudicado no primeiro dia, não abri mão da gentileza no segundo dia.

Ah! e tenho certeza que ganhei um amigo no segundo dia, porque mesmo que tenha parecido prepotente minha posição, ele entendeu e trabalhamos juntos numa boa.

"Só acho que é necessário haver cooperação e respeito sempre". (Andres Lovera)

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Se minha CANON falasse...

Ela não verbaliza, mas conta cada história!!!

Pena, ou ainda bem, que as pessoas não conseguem "ler" as fotos com a mesma clareza que o fotógrafo.

E me refiro justamente às coisas que procuramos não mostrar em uma foto social.

Em apenas alguns segundos de olhares atravessados e puxões pra cá, cutucões pra lá, conseguimos perceber por exemplo que fulana é a prima do noivo que o noivo pegou e que a noiva sabe e foi obrigada a convidar para o casamento. Esse tipo de foto tem um "time" único para ser feita, nem antes quando os olhares estão fuzilando uns aos outros, nem depois quando continuam fuzilando uns aos  outros. E tem os primos também.

E aqueles momentos em que os noivos esquecem que o fotógrafo também tem ouvidos, e começam a primeira D.R. de casados:

- Tá vendo, convidou teu chefe achando que ele ia dar uma geladeira de presente e viu só o que ele deu?

Aí chega a hora da foto... anteção, todo mundo sorrindo, e a noiva pra arrematar:

- O Senhor acertou hein! A gente não tinha porta copos ainda.

Mais comum em festas de quinze anos, são as brigas entre convidados. Isso ocorre porque geralmente algumas adolescentes insistem em querer que as "inimigas" presenciem ao vivo e a cores o acontecimento do ano.

Eu já consegui evitar alguns problemas porque costumo ficar monitorando o "sagrado" painel de assinaturas, onde alguns espíritos de porco tentam deixar sua marca desagradável. Mas infelizmente só comecei a fazer isso depois que presenciei uma briga de tapas entre duas convidadas e a irmã da debutante, depois que as "engraçadinhas" fizeram chifrinhos e pintaram de preto os dentes da aniversariante.

Festa de adolescente é tiro e queda. Em meia hora você sabe quem é amiga de verdade, quem gosta de quem, quem vai arrumar confusão e quem está ali só para comer.

E tem aqueles convidados que não querem aparecer na foto.

Sobre isso lembrei do relato de um colega fotógrafo que disse que ficou a caça de um convidado para tirar uma foto que o noivo pediu. Na terceira vez que ele chamou o rapaz para tirar uma foto o mal educado falou: "meu amigo, se toca, eu não gosto de fotografia, não vou sair  nessa porr..."

Aí esse meu colega olhou bem sério para o cidadão e disse: "Olha, grosseria por grosseria eu também sei ser grosso, então coloca um sorriso nessa cara e vai lá tirar uma foto com teu "amigo", porque tu tá aqui bebendo e comendo de graça, e a única coisa que teu amigo quer é uma recordação de que você esteve aqui.

Super Sincero! (Luis Fernando Guimarães)

terça-feira, 1 de maio de 2012

Espetacularização da Babaquice

Estava lendo a "Carta aberta de Wagner Moura" sobre a bestificação dos programas de "humor", que voltou a tona semana passada e lembrei de um episódio curioso no meu trabalho.

Tive a oportunidade de trabalhar "com e para" grandes visionários do mundo dos negócios, e certa vez um deles me ofereceu uma oportunidade de abrir um novo nicho, o "Mercado dos Funerais". Isso mesmo, funerais!

A idéia era visitar as capelas mortuárias e cemitérios e fazer reportagem dos enterros. Fotografar os amigos e familiares do falecido, bem como as coroas de flores e principalmente o próprio "dono da festa".

Confesso que tenho convicção de que seria um trabalho rentável, visto que o interesse mórbido das pessoas em certos assuntos é notório.

Porém, por outro lado, eu creio que certas coisas devem ser preservadas. O sofrimento que envolve esse momento não pode ser banalisado.

Sei que alguem precisa fazer o "serviço sujo", mas há serviços como este que simplesmente não precisam ser feitos. Acredito que não fará bem a ninguem esse trabalho.

Então voltando à "Carta aberta de Wagner Moura", concordo com ele, aonde vamos chegar assim?

Ele cita inclusive o trabalho de paparazzis, foi onde me lembrei da história dos funerais. Vamos ter bom senso, vamos ter coerência, vamos pensar nas consequencias de nosso trabalho e que bem isso faz ao mundo?

Onde fica nosso escrúpulo? Nem tudo é dinheiro nessa vida.

"Tinham pais esses paparazzi que mataram a princesa Diana?"  (Wagner Moura)

<< Confira a Carta Aberta de Wagner Moura na íntegra >>

terça-feira, 24 de abril de 2012

Pra não dizer que não falei das flores...

Hoje vou falar das coisas boas da profissão de fotógrafo, das razões que nos fazem querer seguir em frente.

Converso com vários colegas e alguns se mostram preocupados com esse modismo que é "ser fotógrafo". Parece que vem a Fada do Diafragma e abençoa a criatura que de um dia para o outro diz "agora eu sou fotógrafo".

Claro que isso incomoda bastante, porque é difícil para o cliente perceber que não está diante de um profissional.

Mas como sempre digo, só os fortes sobreviverão.

E quando falo "Fortes" me refiro aos que amam o que fazem, que sabem o que fazem e porque o fazem.

Uma das coisas que me emociona muito é perceber o ciclo que vamos percorrendo principalmente na fotografia social.

O casamnento, a gravidez, o primeiro aninho, a comununhão, 15 anos, formatura e outros casamentos, bodas...

Claro que nem sempre o ciclo vem nessa ordem, mas é muito gratificante ser ainda "O Fotógrafo da Família".

Ou então quando a gente participa dos primeiros passos de uma empresa, onde tudo são sonhos e expectativas. Aí depois de alguns anos você vê tudo concretizado, e as dificuldades do começo acabam sendo motivo de risos.

São esses alguns motivos que me fazem acreditar que vale a pena continuar registrando e documentando a história de várias maneiras, estando no lugar certo na hora certa, no ângulo certo e na luz perfeita, ou todo esticado no lugar errado na pior hora, de ponta cabeça, "puxando no ISO" por falta de luz, enfim a melhor foto.
E é por saber da responsabilidade que cada clik representa, que procuro fazer com seriedade e respeito meu trabalho.


"Um viva aos nossos Heróis" (Pedro Bial)

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Stand Up Comedy de Fotógrafo

Meu último post foi bem sem graça, foi mais pra registro mesmo, então agora fiquei pensando em algo mais divertido, daí imaginei como seria um stand up comedy de fotógrafo, e acho que poderia ser mais ou menos como segue.

O sujeito chega ao centro do palco e se apresenta:

- Boa noite, meu nome é Andres Lovera, sou fotógrafo...

Aí já é pra primeira deixa para os risos da plateia, porque ser fotógrafo hoje já é uma piada.

- Mas não vão pensando que vida de fotógrafo é assim tão ruim, tem muita coisa boa, agora não consigo lembrar de nada mas tem um amigo fotógrafo que já me falou algumas. Ou será que ele era ginecologista?

- E por falar nisso, tem coisa mais agoniante que nú artístico? Porque você só tem certeza que ela é ELA quando tira a calcinha, e aí meu amigo, não tem mais escapatória. Se ela é ELE, você finge que tinha percebido desde o princípio, mesmo que tenha passado alguns segundos torcendo para aquilo ser apenas um clitóris avantajado.

- Claro que eu não tenho nenhum preconceito, mas às vezes assusta. Uma vez um rapaz me pediu pra fazer uma foto de corpo inteiro. Muito bem, posicionei ele no centro do estudio, fiz a foto e mostrei na câmera pra ele. Ele disse "legal, podemos começar então?". Como assim? Pra mim já tinha terminado, mas aí foi que eu entendi que era O CORPO INTEIRO, parte por parte, cabeça, tronco e MEMBROS!

- Mas a gente passa por cada uma. Nunca me esqueço de uma senhora que veio fazer fotos para anexar no precesso de separação, ela me conta que depois de 15 anos de casada, o marido a agrediu, e precisava das fotos dos hematomas para comprovar. Isso dá muita pena, a senhora ali, com marcas de espancamento, expondo-se a um estranho em uma circunstância tão constrangedora.

- Só que quando comecei a fotografar, a senhora começou a fazer praticamente a direção artística das fotos: "será que não é melhor fotografar mais de perto? Será que aparecem bem os machucados? Se o senhor pegar mais daqui assim não fica melhor? Não está muito escuro aqui? Ainda acho que o senhor tá muito longe!"

- Olhe minha senhora, não sei como o seu marido não a matou, porque eu conheço a senhora a 5 minutos e já quero lhe dar uma porrada, imagina ele se segurando há 15 anos!!!

- Muito obrigado, meu nome é Andres Lovera, fotógrafo, podia estar roubando ou matando, mas trabalho para eternizar seus melhores ou piores momentos.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Profissão Perigo!

Hoje vou fazer um comentário sobre o que ocorreu com o colega Victor Hugo/Itajaí-SC.

Tive a desagradável surpresa em ver um post dele compartilhado por vários outros fotógrafos no facebook,
noticiando o roubo de alguns equipamentos, enquanto fazia uma sessão externa (making off de noivos no trapiche de Porto Belo).


O fato de levarem teus instrumentos de trabalho, ou pertences pessoais já é um sentimento de impotência frente a essa situação de insegurança que vivemos.

Agora, eu tenho uma recomendação a quem vive da fotografia (e também no caso, de filmagens):

Colegas, nós não somos obrigados a submeter-nos aos caprichos de nossos clientes. O perigo de assaltos não é uma novidade. E há outros perigos, basta ler meus posts anteriores.

Certa vez eu fui procurado para fezer uma sessão de fotos, de madrugada, em um local distante e deserto. Era um nú artístico ao ar livre.

Eu fiz uma exigência aos clientes, faria o trabalho desde que solicitassemos um patrulhamento no local, e que qualquer custo para isso seria por conta deles. Claro que não aceitaram, e ainda me trataram como fresco e metido.

Gente! Eu estou contando histórias neste blog, de forma "engraçada", porque graças a Deus posso rir de tudo hoje, mas é um alerta que faço para que todos valorizem mais seu trabalho e sua dignidade.

Não é certo que por caprichos e modismos da atualidade, esqueçamos a segurança e o profissionalismo.

Infelizmente a classe dos profissionais da imagem não é suficientemente unida a ponto de estabelecer procedimentos de segurança nas produções.

Cada um de nós sabe a quantidade de equipamentos e acessórios que levamos para uma externa, aí vem o cliente fala: "vamos no nosso carro, assim você não gasta sua gasolina", como se a gasolina fosse o grande gasto na história. Mas é claro que se levarem o carro, que seja o deles!

Este post não foi nada engraçado, mas fica minha solidariedade ao amigo Victor Hugo, e também a dica aos demais.

"Corra os riscos que forem necessários, mas cobre o preço que isso vale!" (Andres Lovera)

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Doce mel


Hoje vou contar um causo "tenso" que me aconteceu durante um book externo.

E aqui aproveito pra dar algumas lições...

Minha cliente me pediu para fazer umas fotos no Parque Ecológico de Balneário Camboriú, um lugar muito interessante, pouco utilizado para esse fim, visto que a maioria das pessoas prefere a praia como cenário.

Primeira lição: quando você escolhe um local público para fazer fotos, é necessário que o cliente saiba que fatalmente vão aparecer curiosos e "abelhudos", então eu sempre procuro minimizar o impacto "constrangedor" para o cliente.

Nesse dia especificamente, os curiosos eram um grupo de escoteiros que estava realizando uma reunião no mesmo local. Inicialmente fiquei até tranquilo, porque se tratando de escoteiros imagina-se que são mais "camaradas". Não foi bem assim, e devido aos olhares, risos e deboches procurei me afastar um pouco do grupo para que a moça ficasse mais a vontade.

O cenário estava ajudando muito, e as fotos ficando lindas. Foi quando minha modelo quis fazer uma pose apoiada em uma árvore.

Segunda lição: dê uma boa avaliada em árvores e locais que podem apresentar algum perigo, como velhas construções e estruturas de resistência duvidosa.

No nosso caso, quando ela se encostou na árvore, começamos a perceber a presença de insetos e logo percebi que eram abelhas.


Imediatamente, procurei retirar a garota do local, correndo para bem longe, com ela aos gritos, em pânico. Os nossos queridos escoteiros se rachavam de rir da cena.Por um instante achei que os escoteiros podiam ser uma ajuda importante caso a garota fosse alérgica e tivesse sido picada, mas eles nem sequer se aproximaram para prestar alguma ajuda.

Já longe do perigo procurei manter a menina mais calma, quando de repente ela começa a gritar novamente, dizendo que estava ouvindo as abelhas. De fato eu podia ouvir o zumbido também. Com cuidado procurei achar a abelha, que estava no meio do cabelo dela e com o próprio cabelo fiz um "bolinho" e esmaguei a abelha, porque se tentasse retirar sem matar podiamos ser picados.

Terceira lição: Entendeu porque as pessoas preferem a praia?


Deixando bem claro, não tenho nada contra os escoteiros, inclusive meu irmão sempre pertenceu ao movimento e por causa disso talves eu tenha ficado tão desapontado com a falta de solidariedade, até porque haviam chefes junto. O ocorrido foi dia 16/05/2009 no parque ecológico de BC, caso alguem tenha se ofendido. Mas pra mim não tem justificativa o deboche e atitude.

"Que deselegante"
(Sandra Annemberg)

terça-feira, 27 de março de 2012

O Ingênuo de BC

(qualquer semelhança do título com "As Brasileiras" não é coincidência!)

O fotógrafo profissional está sempre tentando definir uma área de atuação, mas na real faz qualquer serviço fotográfico para faturar "umzinho".

Em uma dessas solicitações, fui chamado a fotografar um imóvel vazio, para fins de processo judicial, visto que o vizinho do imóvel estava jogando entulho de uma obra.

A proprietária gostou muito das fotos. Hoje com o advento da fotografia digital você pode mostrar ao cliente em tempo real o resultado. Isso é muito útil quando você sabe usar seu equipamento e não precisa esconder o trabalho do cliente até passar as imagens pelo Photoshop (óh o veneno!!!).

Bom, finalizado o trabalho, a gentil senhora me questionou se eu poderia aproveitar o tempo e fotografar mais um imóvel dela que precisava de registro. Claro que ela se prontificou a pagar pelas fotos adicionais, então não vi nenhum problema em faturar mais um pouco.

Fomos em seu carro e chegando no local ela me indicou o imóvel, porém parou um pouco mais adiante para que o carro não aparecesse nas imagens.

Me pediu que fotografasse do outro lado da rua, porque queria que aparecesse toda a fachada. Eu não entrei em detalhes com ela sobre a objetiva que estava usando, que não precisava estar tão distante, etc.

Em determinado momento ela disse que era importante que aparecesse uma placa que estava dentro do estabelecimento comercial instalado no imóvel. Foi quando eu sugeri que devido a diferença de luz, eu faria uma foto só da entrada, onde apareceria bem
a placa.


Ela não me disse sim nem não, mas pela expressão dela achei que estava aprovando minha sugestão.

Quando me aproximei do estabelecimento, um homem saiu de dentro e veio me questionar sobre a finalidade das fotos.

Calmamente eu respondi que estava a serviço da proprietária do imóvel e que ela poderia esclarecer o motivo.

Foi quando procurei a distinta senhora, a mesma se encontrava numa certa disparada em direção ao carro gritando "corre, corre!".

Em frações de segundo caiu a ficha que ela estava querendo usar as fotos para mover alguma ação contra o inquilino também, e que pela "pressa" dela, a coisa não estava boa entre eles.

Como o cara estava ainda distante de mim, optei por correr até o carro, pensando em preservar a integridade do meu equipamento em primeiro lugar, depois a minha própria integridade física (essa é a ordem natural de prioridades do fotógrafo).

Quando entrei no carro ela já tinha dado a partida e acelerou em fuga, como uma criança que toca a campainha e sai correndo. Dentro do carro rimos muito. Depois ainda dei uma bronca nela, porque me colocou naquela situação perigosa. Ela não tinha noção que o cara podia ter voado no meu equipamento para impedir as fotos.

Se ela ganhou as causas?

"Não sei! Só sei que foi assim!"
(Chicó, O Auto da Compadecida)